01 - MARCILIO DIAS E OS VIAJANTES
Marcilio Dias nasceu
com o nome de Estação de Canoinhas, localizada nas proximidades do rio do mesmo
nome que deságua no rio Negro. Esses rios eram importantes vias de comunicação
para o interior, e serviram como caminho fluvial para exploradores e
bandeirantes, desde o século XVIII, mas a maioria dos viajantes não deixou
registro. Outros, como o bandeirante curitibano Zacarias Dias Cortes, que andou
pela região em 1723, registrou no mapa sua passagem pelo rio Itupeba, atual rio
Canoinhas. O bandeirante e seus companheiros de expedição pelo território
catarinense, ao passarem pelas proximidades da Serra do Espigão, cruzaram o rio
Canoinhas logo abaixo da sua nascente, e não o registraram como rio, mas como ribeirão.
O local por onde os tropeiros cruzavam o rio Canoinhas ainda hoje é denominado
de passo do Canoinhas.
Outro viajante importante que
percorreu a região foi o padre matemático, Diogo Soares. Partiu do porto de
Curitiba, gastou de canoa, seis dias para percorrer o rio Iguaçu abaixo, até a
barra (foz) do Rio Negro. (2) Da sua foz, seguiu rio Negro acima, gastou um dia
e meio, até a foz do Itupeva (Canoinhas). Seguindo o rio Canoinhas acima, o
padre Matemático cruzou por território de Marcilio Dias, e demorou seis dias
para chegar aos saltos, localizados no atual município de Major Vieira. O mapa
desse roteiro foi elaborado em 1737. (3)
Em agosto de 1840, Joaquim José Pinto
Bandeira, vindo de Curitiba pelo Rio Iguaçu, fez explorações nos seus
afluentes, entre os quais o Rio Negro e subiu o rio Canoinhas. Segundo relatou,
o "Rio Canoinhas possuía no seu dizer - 50 braças de largura na foz, mas
subindo-se por ele, logo veria, não possuía cabedal para apresentar tal largura
na confluência"
Pelas informações acima, pode-se
concluir que o rio Canoinhas, foi visitado em 1723, em 1737 e 1840, e foi
explorado desde a sua foz até as proximidades de sua nascente. Esses
exploradores cruzaram o território de Marcílio Dias, mas não registraram se
encontraram sinais de moradores nas margens do rio. É interessante que o nome
indígena do rio Canoinhas, encontra-se grafado de várias formas. No mapa do
Padre Diogo Soares, está escrito Itapeba. No livro de Zélia Lemos o rio está
grafado como Jopeba e o Instituto Histórico de Santa Catarina, grafou como
Itupeba.
Mapa do Padre Diogo
Soares, de 1737. Destacando o Porto das Canoas e o rio Itupava, publicado por
LEMOS, Zélia de Andrade, in Curitibanos na Historia do Contestado,
Florianópolis, Gov. do Estado de SC, 1977, p.211.
(1)
Diogo
Soares, demarcou as áreas, cujos mapas, futuramente foram utilizados por
Portugal para assinar com a Espanha, o Tratado de Madri – 1750. (Conf. História
Administrativa e Econômica do Brasil.
Brasília: MEC, 1976).
(2)
A
barra do Rio Negro está localizada no distrito de Paula Pereira, município de
Canoinhas.
(3)
O
mapa elaborado em 1737, assinalou o Porto
das Canoas, e o rio Canoinhas era
chamado de Itapeba.
Iniciou seus estudos no Colégio Estadual Manoel da Silva Quadros e o
curso ginasial no Colégio Estadual Santa Cruz em Canoinhas. Em 1966 mudou-se para São
Bento do Sul, onde concluiu o curso técnico em contabilidade e ingressou na
equipe de professores do Colégio São Bento. Formou-se em Historia,
especializou-se em historiografia brasileira, e em arquivologia. Concluiu o
curso de mestrado em desenvolvimento regional e atualmente é vice-coordenador do curso
História e professor da Universidade do Contestado – Campus Mafra.
Como pesquisador da História Regional encontrou dados sobre a antiga Colônia São Bernardo,
e quer levá-los ao conhecimento dos leitores do blog do Distrito de Marcilio Dias.
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