Povoado mais antigo de Canoinhas, foi colonizado por alemães. Nele ainda nota-se a presença de arquitetura em madeira e no estilo enxaimel. Era conhecido como a Capital da Manteiga, em função da produção de manteiga e derivados do leite por vários proprietários que possuiam rebanhos bovinos da raça holandesa.
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Boa tarde!
"Que a força do bem nos proteja, nos guie e, sobretudo, mantenha intacta a nossa capacidade de acreditar no próximo e se encantar com tudo aquilo que ainda pode florescer diante de nós." Erica Gaião
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Abertura do Natal da Paz - Convite
Hoje tem abertura do Natal em Canoinhas! O desfile inicia por volta das 20h e terá como ponto de saída a rua Caetano Costa (em frente à ADR e a Unidade de Saúde Central, antiga Clínica da Mulher e da Criança). O desfile sobe até a Rua Francisco de Paula Pereira e encerra na Praça Oswaldo de Oliveira, a praça da Matriz Cristo Rei, onde o Papai Noel 🎅🏻 receberá a chave da cidade 🗝. Nesta praça está instalada a casinha do Papai Noel🏡! Antes do início do desfile acontece o acendimento das luzes da Praça Oswaldo de Oliveira🎇🌠. Depois do desfile todos os caminhos levam o público à rua Major Vieira, em frente ao Pancadão Music Bar, onde teremos o show nacional com 🎼🎸 Rick & Giovani🎤📀.
Facebook da Prefeitura de Canoinhas
Facebook da Prefeitura de Canoinhas
terça-feira, 21 de novembro de 2017
A confraria ferroviária
Desde sempre o pátio da estação ferroviária de minha vila foi a extensão territorial de minha casa.
Desde sempre aquelas construções de madeira em cor amarelo-queimada e as mata-juntas em um tom marrom quase vermelho pintadas eram, para mim, o berço amigo.
Diferentes em tamanho, as construções, dependendo da importância da localidade aonde se situavam.
Diferiam na arquitetura também. Algumas já em alvenaria foram erguidas.
Diferiam, no entanto, apenas no concreto exterior. Porque todas as estações de trem tinham o seu cheiro característico, um quê de especial que as transformava num éden, num jardim de delícias miraculosas, o ponto de chegada, o ponto de partida. Sentia-me em casa em cada uma delas, fosse onde fosse o local onde se situasse.
Havia na sala de espera uma pequena abertura, uma janelinha, que era o guichê da bilheteria por onde o encarregado entregava as passagens. Que eram uns pequenos retângulos coloridos confeccionados em espessos cartõezinhos. Não deveriam ter mais de três centímetros e meio de largura por uns sete de comprimento.
Na bilheteria havia uma maquininha. Nela o encarregado embutia o cartão de passagem gravando, em baixo relevo, o emblema da Rede Ferroviária e a data validada para aquele dia. E a maquininha ainda servia de controle para os bilhetes emitidos no dia.
Havia uma camaradagem muito grande, uma verdadeira cumplicidade, entre todos os membros que da ferrovia faziam a sua vida. Parecia uma grande confraria. Auxiliavam-se mutuamente.
O trem não era apenas um meio de transporte. Era também o elo de comunicação entre as vilas vizinhas e entre elas e as grandes cidades distantes.
E o pessoal do trem, sempre disposto a levar um pacote, uma carta, um bilhete, um recado que algum amigo do lado de cá precisasse enviar para alguém em alguma estação mais adiante.
Minha família, sendo família de um ferroviário, não comprava as passagens para as viagens de longa distância. Quando necessário, emitia-se um passe, pelo qual havia um abatimento equivalente a setenta e cinco por cento sobre o preço normalmente cobrado.
Parecia-me, sempre, a coisa mais simples do mundo, chegar na estação ferroviária de Curitiba, e solicitar ao telegrafista de plantão que me fornecesse um passe, nas ocasiões em que eu precisasse voltar para casa. Era só apresentar-me e dizer que eu era filha do seu Adolpho Dittrich, naquela época exercendo suas funções como agente da estação de Ponta Grossa. Logo em seguida, em minhas mãos encontrava-se aquele papel cor de rosa com o meu nome, a data e hora da viagem, o nome das estações de partida e de destino e o valor a ser pago que, depois, seria descontado na folha de pagamento de meu pai. Tudo escrito na mais caprichada caligrafia.
Claro que o encarregado perguntava pelo meu nome correto. E claro, também, que, no mesmo momento, ali, no telégrafo a seu lado, transmitia uma mensagem em código Morse para meu pai, a fim de certificar-se de que quem ali estava era realmente a filha do seu Adolpho. Desnecessária era a apresentação de um documento de identidade. O mesmo ocorria quando eu estudava em Joinville e do passe necessitava para voltar para casa. Era tudo sempre tão fácil tão simples.
Quando era chegado o fim de ano letivo e iniciavam-se as nossas chamadas férias grandes os trens saíam superlotados de Curitiba. Para não se ficar em pé usavam-se até as malas como assentos. E, não raro, era aquela plataforminha que ficava no lado externo dos vagões o nosso local preferido para viajar. De preferência, a que ficava na traseira do último vagão de passageiros.
Numa destas viagens aconteceu o inusitado. Comigo. Acomodada estava eu, ali, sobre a minha mala, em alegre algazarra e cantoria com mais outros companheiros de jornada, todos estudantes também. O trem, em sua devida velocidade normal, contornava uma extensa curva entre as estações de Roseira e Rio Negro.
Foi o exato momento em que eu acabara de saborear uma deliciosa laranja e necessitava ir ao lavatório, que ficava bem ao lado da plataforminha, para lavar as minhas lambuzadas mãos.
Foi o exato momento em que o trem, ao rodar sobre os trilhos, dá um solavanco maior. Exatamente, na famigerada curva, e, ao voltar de minha incursão ao lavatório… que é de minha mala? Tinha voado para fora do trem, sem tempo, sequer, de meus amigos conseguirem a mão estender para segurá-la. Alucinação total. Preocupação dos que me rodeavam.
Mas eu não tive dúvidas. Sabia que minha bagagem não ficaria extraviada ao longo da linha do trem. Quando o nosso comboio parou na estação de Rio Negro, desembarquei, e correndo, fui procurar o agente da estação a quem contei meu infortúnio. A quem expliquei minha tragédia. Claro que ele conhecia meu pai, claro que ele era amigo de meu pai. Acalmou-me, afirmando que, de imediato iria providenciar a busca de minha mala com os homens que ao longo dos trilhos trabalhavam.
E, ainda, consolou-me dizendo que, como eu viajava na plataforma traseira do último vagão, não havia o risco de as rodas do trem por cima de minha mala terem passado.
Desembarquei apreensiva em minha vila. Corri explicar para minha mãe os porquês de eu chegar em casa de mãos vazias. Perdera não só a mala, mas a minha vida que eu carregava dentro dela. Mas, minha mãe já me recebia com abraços, afagos e sorrisos. Já havia recebido um aviso, pelo telégrafo, do agente da estação de Rio Negro, dizendo que que ela havia sido encontrada caída sobre um barranco da beira dos trilhos. Que seria enviada no bagageiro do comboio de passageiros do dia seguinte.
No retorno das férias, um presente eu portava ao gentil amigo de meu pai. Um presente bem canoinhense. Uma dúzia de garrafas da cerveja por tantos tão apreciada. A inigualável Nó de Pinho que o seu Loeffler fabricava.
Não posso esquecer o carinho com que os ferroviários me tratavam logo no início destas minhas viagens para longe de casa estudar. Eram a extensão das mãos de meus pais. Logo ao desembarcar do trem, ou em Joinville e, mais tarde, em Curitiba, o chefe de trem acompanhava-me até a saída da estação, entregando-me aos cuidados do pessoal local, recomendando-lhes que providenciassem um motorista de carro de praça de confiança, para levar-me, em segurança, ao meu destino.
Sim, os trabalhadores da ferrovia eram todos membros de uma mesma confraria. Sou viva prova disto. Era só dizer que eu era filha de dona Nena do Restaurante da estação de Marcílio Dias e de seu Adolpho Dittrich que, ora era agente de estação, ora fiscal de trem, mais tarde fiscal de estações, que as portas se abriam sorridentes para mim.
Uma plêiade de amigos que se ajudavam mutuamente. Uma plêiade de pessoas de escol. De uma imensa e santa cumplicidade.
Choro com os poucos remanescentes, os últimos que ainda por aí estão e ficam a relembrar a nossa linha de trem, hoje coberta de musgo e heras. Contemplando o complexo arquitetônico ferroviário de nossa vila, relegado ao abandono, à deterioração, ao escárnio dos que tem o poder na mão e não enxergam a pérola que lá jaz incrustada.
Escrito por Adair Dittrich - publicado pelo Portal JMais
Bom dia!
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Lembranças das Bodas de Ouro de Adolfo Blanck e Adele
Lembranças das Bodas de Prata de Henrique e Anelore
domingo, 19 de novembro de 2017
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
Boa semana!
Assinar:
Postagens (Atom)