Minhas relações de apreço e admiração à vila de Marcílio Dias são muito estreitas e vêm dos tempos de adolescência e juventude, quando meio por acaso conheci gentes do lugar. Então com assiduidade passei a conviver com essas pessoas, desfrutando da simpatia, da simplicidade da sabedoria e da amizade delas. Para minha sorte, até hoje, em maior ou menor grau ainda desfruto dessa feliz convivência.
Como sempre acontece, ao longo de vários anos algumas dessas amizades ganharam consistência, enquanto outras ficaram amarradas por tênues fios. Acho que tudo começou com Arnaldo Mews, nos velhos tempos do Colégio Santa Cruz, onde estudávamos. Logo depois, na mesma escola, lecionávamos sob a batuta do diretor Elói Bona, que nos conduziu nos caminhos do magistério. Nos mesmos tempos de estudante também iniciei a construção de agradável companheirismo com Renato Schlukat, solidificada ao longo dos anos. Um pouco mais tarde apareceram Celso Jurgensen, Gilmar Froehner, Ladimir Voigt, o “Bepi”, Carlos Alberto Gondim e os irmãos Antonio e Edson Aguiar.
Por vezes acampamos à beira do Canoinhas, nas proximidades da ponte férrea. Noutras, com botes a remo descemos o mesmo rio para acamparmos nalguma curva próxima à foz. Claro que as relações também se estenderam às famílias e, por exemplo, não foram poucas as ocasiões que ouvi as minuciosas histórias de Erwino Mews, pai de Arnaldo, contadas de uma maneira tão peculiar como só ele sabia. Em alguns momentos do meu livro “O tamboreiro de Pedras Brancas” utilizei a técnica narrativa do velho Mews e creio que me dei bem.
Por casamento Jurgensen agregou-se à família Tokarski, casando com minha prima Luzia Wrublewski; Froehner é médico num Paraná distante, Bepi persiste no seu bar, um dos mais tradicionais de Canoinhas; Gondim está em Sorocaba (SP) onde se aposentou fabricando automóveis; Antonio Aguiar tornou-se político de importância e Edson, justo o mais extrovertido de todos, há anos mora no céu. Posteriormente me associei ao Clube Atlético Marcílio Dias, entidade que até cheguei à vice-presidência. Ali também encontrei novas relações e entre elas destaco as firmadas com Jaime Muehlbauer, Fernando Kotelak, Wiegando Metzger, o “Coringa”, os irmãos Gilberto e Herbert Gonchorowski, Adão Tadra, Marcos Koehler e tantos outros.
Adiante, sob inspiração do professor Laerte Bonetes, com ele fundei e durante os cinco primeiros anos presidi o grupo escolteiro Xokleng, reunindo crianças e adolescentes de Marcílio Dias. Lembro que as primeiras reuniões, inclusive a da fundação, ocorreram no salão de festas da igreja luterana. Hoje, muitos daqueles escoteiros são profissionais de importância nas comunidades de Marcílio Dias e Canoinhas. Assim acredito que àqueles jovens contribuí para a formação social e moral, dando minha parcela de apoio para que eles sejam exemplos para a sociedade.
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Agosto de 1981, Fernando Tokarski ,Renato Schlukat, Edson Aguiar, Arnaldo Mews e Celso Jurgensen. |
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Edson Aguiar, Arnaldo Mews e Celso Jurgensen. |
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Fernando Tokarski é escritor e membro do Instituto Histórico de Santa Catarina. |
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