sábado, 28 de fevereiro de 2015

Reminiscências de meu avô Antonio Dittrich - Adaír Dittrich


           Quando meu pai, Adolpho Dittrich, chegou a Marcílio Dias para exercer as suas funções como ferroviário de carreira da Rede Viação Paraná - Santa Catarina, a RVPSC, há muitos anos já lá instalado estava o Restaurante da Estação, construído por meus avós maternos Pedro e Tereza Gobbi. Insisto nesta colocação a fim de dirimir certas dúvidas que, parece-me, estariam ocorrendo sobre a história de minha família e sobre quem de fato construiu aquele prédio hoje na mais abominável das deteriorações.
            Meu pai era natural da cidade da Lapa, no Paraná, a cidade do legendário cerco à época da famosa Revolução Federalista. Meu avô paterno, Antonio Dittrich, era austríaco, de Viena, segundo conta minha prima escritora, Aline Dittrich Zappa, em seu livro “Retratos”. (*)
            Antonio Dittrich nasceu a 10 de janeiro de 1865. Foi aprendiz de padeiro e também tocava violino. Mas, a fim de comprar a passagem de navio que o traria ao Brasil, vendeu seu querido instrumento de cordas. Veio com mais um irmão que se estabeleceu aqui em nosso catarinense estado. Tinha então apenas dezoito anos.
            Nos arredores da Lapa, na zona rural vovô Antonio Dittrich tinha uma chácara onde maragatos se instalaram por ocasião da Revolução Federalista, acabando com a criação e todo o estoque de comida que havia, com ele e minha avó Luiza dos Santos Dittrich, servindo ainda de cozinheiros para esta tropa.
            Vovô da Lapa, como nós o chamávamos, montara uma fábrica de cerveja, ficando famoso pelo sabor de suas bebidas, tanto da saborosa loura e de uma outra escura, como também das gasosas que elaborava.
            Entre outras tantas coisas, colaborou na fundação do Clube Teuto-Brasileiro e um local para danças também.
            Tiveram catorze filhos. Mas um não sobreviveu. E do qual o nome não sei.
            Meu pai era o segundo filho. Antes dele nasceu Tia Rosa que foi casada com Fernando Weinhardt da Silveira. Depois vieram Jorge, casado com dona Jesus, Guilhermina, conhecida por Mina, casada com Santiago, José, casado com Thalia, Luiz, Alfredo, Tharcilla, casada com Augusto Zappa, Antônio, casado com Adelaide e os últimos, Leocádio, Conrado, Juliano e a caçula Priscilla, casada com Ribas.
            Nesta foto está meu avô Antônio Dittrich, com a caçula no colo, vovó Luiza dos Santos Dittrich e todos os filhos. Meu pai, nesta foto, lembra muito meu irmão Aldo.  
“Retratos”
Autora: Aline Dittrich Zappa, Professora e escritora.
Juruá Editora/ 2003.
 


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Imagens de Marcílio Dias com neblina





Trem do Contestado

"O projeto do Trem do Contestado está na coluna de hoje da ADI (Associação dos Diários do Interior), e será motivo de audiência no Ibama, em Brasília, nos próximos dias. A licença ambiental para ativação da linha turística entre Três Barras e o distrito de Marcílio Dias, em Canoinhas é o próximo passo para levarmos adiante o projeto de fazer uma Maria Fumaça correr nos trilhos do Planalto Norte até o final do ano. Sou um entusiasta e parceiro de Cláudio Hoppe, que trabalha o projeto há anos. Já conseguimos a locomotiva e vagões de passageiros com a ALL. O prefeito de Bela Vista do Toldo, Gilberto Damaso da Silveira, presidente de nossa Associação dos Municípios, a Ampla Norte, e o secretário executivo da entidade Hélio Daniel da Costa também são importantes parceiros. Veja também a nota publicada pela jornalista Andréa Leonora em: www.adisc.com.br '
Do facebook do Deputado Antonio Aguiar

 
 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Antigos moradores de Marcílio Dias

 Família de Paula Padilha na casa original no mesmo lugar onde hoje se
encontra outra moradia.

 Casal Izaltino e Elza de Paula Padilha com os filhos.
Da esquerda para a direita: falecida Marli, Marlene,  na frente Amarildo,
na frente a Vera e do lado o Hamilton. Ano de 1965 provavelmente.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Lembranças da Casa de Escamas

Depoimento de Nilse Prim Borges:

       "Meus avós maternos João Sckdlarek e Maria Drevnoska Sckdlarek vieram de Iratí, PR., pois foi nessa cidade que todos os poloneses vieram durante a 2ª guerra mundial.
Ele mudou-se para Marcílio Dias, onde foi trabalhar na estrada de ferro, trabalho esse muito suado com dormentes, cuidando dos trilhos de trem. Eram muito pobres, porém trabalhadores, e além disso trabalhava na roça para complementar o salário da família.
Tinham três filhos. A mais velha minha mãe, Clara Sckudlarek, meu tio Wando Sckudlarek e bem depois nasceu minha tia Alzira Sckudlarek.
Até aí moravam numa casinha pequena , mas assim que minha mãe atingiu uns 15 anos, começou a trabalhar na fábrica de parquet  Wiegando  Olsen, onde cortava aqueles tacos para assoalho.
Foi então com o meu avô trabalhando e minha mãe Clara Sckudalerk contribuindo com todo salário que ganhava, compraram aquela casa, a casa de escamas. Minha mãe contava que foi muito trabalhado para deixá-la mais bonita e do jeitinho que queriam.
Lembro tanto dela porque passei parte da minha infância ali. Eu fiz o jardim da infância naquela escola, com a professora Iracema, da qual nunca esquecerei. Lá aprendi a fazer meus primeiros bordados e eu tinha somente 6 anos.

Morei lá um ano da minha vida, meu pai estava construindo em Canoinhas e para pouparmos, meu avô fez questão que ficássemos lá.

Minha mãe saiu para casar com 18 anos com José Prim, meu pai. Eu tinha muito aconchego com meu avô, ao qual eu adorava e tinha a maior admiração. Aliás, meu avô era conhecido por João Barbeiro, pois foi à Curitiba, fez curso de corte de cabelo masculino e barbas com navalha.

Lembro como hoje, todos os fins de semana, a barbearia estava lotada, e eu sempre varrendo os cabelos do chão para ajudá-lo. Durante a semana ele trabalhava na Rede Ferroviária, aí já tinha sido promovido, passando em 2º lugar em SC.

Todas as minhas férias, tanto as de julho como as de dezembro a março, eram passadas ao lado dos meus avós e tios. Fui a primeira neta, recebi todo o amor do mundo,  tanto dos meus avós como dos meus tios.
Havia um porão que era a adega do meu avô. Ele fazia vinhos deliciosos com frutas do mesmo pomar. Fazia vinho de todas as frutas: uvas brancas, pretas... Ele colocava data em todas as garrafas. No porão ainda tem uma inscrição com data feita por ele.
Eu tinha um quarto no sótão, onde dormia ao lado da minha tia Alzira , mãe da Aurea e Edna Piermann. Era muitíssimo divertido, minha tia era pra cima, inventava brincadeira mil, assim como meu tio Wando, que na época, além de trabalhar na Rede Ferroviária, na Estação como telégrafo, era o fotógrafo de Marcílio Dias e também consertava relógios.
Lembro como se fosse hoje. Eu ficava ao lado dele vendo-o  fazer os consertos, e então ele me disse: Quer ter um relógio? Eu disse. Claro tio, eu quero. Na época eu ainda

não estava na escola e então ele me fez primeiro aprender a tabuada, pra somente então depois me dar um relógio. Quando entrei para a escola no Sagrado Coração de Jesus em Canoinhas, eu era a única menina que já sabia tabuada e também ver horas.
Outra influência do meu tio foi me incentivar a leitura e a boa música. Logo que eu atingi a idade de 9 anos fui estudar acordeon e posteriormente piano, com a professora Clara Sheneider, muito rigorosa.
Quando eu já sabia tocar, todos os nossos fins de semana que sempre foram naquela casa, regada a muita comida gostosa, piadas e muita diversão, eu comecei a tocar para a família.
Lembro que o terreno era muito grande, havia pomares com todos os tipos de frutas de cada época. Verduras, legumes, tudo era plantado lá pelo meu avô. Ainda lembro do cheirinho gostoso da casa, do chão brilhando, da dispensa lotada de guloseimas. Por isso não tem sido fácil pra mim, visitar aquele lugar, sabendo que hoje todos já não vivem mais. Minha irmã Eliane Regina Prim, Wilson Sckdlarek, Wilmar Sckdlarek também conviveram lá, mas não de forma tão presente como eu, que passava todas as férias. A Áurea e a Edna, brincaram muito por lá também fazendo peraltices.

Bem, vou para o finalmente, para onde não gostaria de ir. Com a morte da minha avó, meu avô entrou em depressão, e daí como o tio Wando já morava em Porto União, foi para lá morar com eles, mas antes disso,

resolveu fazer a partilha da casa. O pai da Áurea que morava anexo ao terreno da mesma, fez um acordo, onde ele compraria a nossa parte e ficaria com a casa.

Só que mal sabíamos que o pior aconteceria. O Euzébio Piermann, faleceu e minha tia entrou em depressão e, nessa época as meninas estudavam e trabalhavam em Joinville, porque Canoinhas era precário de trabalho. Minha tia Alzira Piermann acabou por vender a casa e foi morar com os filhos.

   Então fiquei muito feliz, quando eu soube que a casa seria tombada como patrimônio público, me dando a esperança que seria restaurada, conservada e contaria uma história de vida muito linda, onde o amor fluía de todos os lados. Eis a história de uma casa, da qual levarei na memória até a minha partida desse planeta!"
 


Foto da garagem da casa de meus avós onde fazíamos as festas está a Tia Alzira
e o tio Euzébio Piermann com o caçula Edson José Pirmann!! 


Da esquerda para a direita está minha tia Alzira Pirmann com tio Euzébio Pirmann,
Daí meu avô João Sckudlarek com minha avó Maria S., minha mãe Clara S. Prim com meu pai José Prim. de cócoras o tio Wando a maior eu e a Eliane Regina Prim em frente a igreja num dia de páscoa.
 
Casa adquirida pela família do João Barbeiro em 1946 aproximadamente.
Atuais proprietários da casa de escamas: Marcelo e Karla Pazda.


Neve em julho de 2013. Acervo dos atuais proprietários.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Imagens do domingo

"A compaixão pelos animais
está intimamente ligada a bondade de caráter,
e quem é cruel com os animais
não pode ser um bom homem."
Arthur Schopenhauer


 




Com a pata machucada.

 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Imagens do amanhecer

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
 (Carlos Drummond de Andrade)



 





 


 

Desfile da Escola Prof. Manoel da Silva Quadros.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Max Voigt


        Sr. Max Voigt de 79 anos e sua esposa Ina Voigt de 73 anos, contam um pouco da sua história, que faz parte das lembranças de Marcílio Dias. Segundo Sr. Max, seu pai veio para Marcílio Dias em 1912, bem na época que estourou a Guerra do Contestado. “As pessoas achavam que meu pai seria morto por causa da guerra.  Muitos não sabem qual o estopim da Guerra, mas com certeza, foi à empresa Lumber. Foram mais de 7 mil mortes entre militares e civis”, relembra.
      O pai de Max, veio para Canoinhas com 12 anos de idade. Conheceu a mãe, que também veio para cá, da cidade de Curupá. “Na época meu pai tinha uma carpintaria que funcionava a gasolina. Ele trabalhou de 1927 até 1945, mas com a guerra, teve a falta de gasolina no Brasil. Meu pai vendeu todos os maquinários, passamos uma crise. O Olsen teve que chamar um engenheiro da Alemanha para fazer com que os motores dos caminhões fossem mudados para gasogênio”, diz.Em 1950, Sr. Max Olsen foi procurar Sr. Max Voigt (pai), para montarem uma fábrica de cadeiras. A empresa pegou fogo, acabando com o sonho da família. Quando seu pai foi convidado a trabalhar na empresa Olsen. “Naquela época era difícil emprego, só tinha emprego na roça”, fala. Depois que Max casou com Dona Ina, foi pedir emprego na Olsen, foi assim que depois de dois anos voltou a trabalhar na empresa, podendo ficar perto de casa. Max trabalhou por 30 anos na empresa Olsen, ele era operador de máquina, fazia os famosos parquet e tacos. Na época ainda funcionava a estação de trem de Marcílio Dias. “Carregamos alguns vagões naquela época. Eu me aposentei em 1986. O trem de passageiro era cheio de pessoas, quando ele acabou, colocaram o misto, com pessoas e carga”, lembra.
     A empresa Olsen exportava muita madeira, onde a mesma era transportada de trem para os portos. “Era madeira de primeira retirada da região, imbuia e pinheiro. Depois era trazida para corte a madeira da Bahia. O pagamento dos funcionários era feito pela janela do escritório, nunca faltava dinheiro para pagar os empregados”, risos.
Quando a empresa Olsen e o trem ainda funcionavam, Marcílio Dias era uma cidade grande, perto de Canoinhas. Na época tinha um bodegão que se vendia de tudo.
 
 “O dono era João Jantsch, ele era um bom comerciante, sempre tinha estoque dos produtos. Os produtores vendiam a safrinha ali mesmo. Depois foi passado para o filho, que mais tarde fechou as portas”, conta. Aos domingos tinha a famosa Domingueira no Coringa, onde as moças tinham que estar em casa às 18 horas.

Além disso, ele e a esposa não se esquecem dos alfaiates que tinham em Marcílio Dias. “Um dos meus tios era alfaiate, o tio Francisco Voigt, fazia roupas sob medida, antigamente não se vendia roupas prontas. Em Marcílio Dias eram três alfaiates, Francisco, Alexandre e Otto”, recorda.O casal viajou para todo lado com o trem. No último dia do trem misto, o seu Wando, comprou foguetes e colocou nos trilhos, quando a locomotiva passou os foguetes foram estourando. Seu Max foi nessa viagem para poder se despedir do trem.

    Dona Ina tem uma coleção de Gloxínia, a flor que deu origem a todas as outras plantas, foi ganha de amigo secreto há mais de 20 anos. (Texto de Pollyana Martins)
  
Irmãos: Arno, Morets, Arlindo e Max.

Servindo o exército em 1954. Rio Negro, PR..


Seu Max e colegas de trabalho quando trabalhava na Firma Müller
de Curitiba, 1956.

Casamento de Max e Ina, 1961.
 
 
Nesta foto está dona Ina com Emílio no colo, seu Max com
Marli e Marcos no colo, Sissi em pé, na frente,atrás a mãe de Ina
e dona Engui. 1965

Max e Ina na horta cultivada por eles.
 
Com traje típico.
                            Fotos atuais:
O casal teve sete filhos: Sissi, Marguit que mora na Alemanha, Emílio
que é pastor e assessor de formação no Sinodo Vale do Itajaí, Marcos
que está na Argentina, Elizangela em Jaraguá, Marli em Curitiba e Ervino.



É assim que dona Ina faz as mudas desta planta Gloxínea, colocando
as folhas na água.


As flores da dona Ina.
 

Fotos: Fátima Santos.