quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Trem do Contestado


       O consórcio entre os Municípios de Três Barras, Canoinhas, Mafra, Porto União e União da Vitória está sendo realizado para que se possa ativar a locomotiva nesses locais. Esse grupo de Municípios irão se unir para poder usufruir do potencial turístico que esse projeto visa trazer para essas cidades, e também ajudar a dividir a conta para que fosse viável a implantação da iniciativa. O projeto está sendo desenvolvido desde 2009 pela Secretaria de Projetos da Prefeitura Municipal de Três Barras. “Nós já montamos uma maneira legal desses cinco Municípios fazerem parte do consórcio. O presidente da Amplanorte está apoiando essa iniciativa, apesar de ser somente esses cinco municípios. Foi feito uma comissão e decidido que Porto União irá trabalhar em conjunto com União da Vitória, com um trem que já funciona na região. O de Três Barras será feito um convênio com a associação de Rio Negrinho, onde irá atender Canoinhas e Três Barras. Mafra será atendida por uma locomotiva de Rio Negrinho. Em uma reunião em Brasília muito gratificante, foi mostrado o projeto e a união dos municípios participantes, em cima disso, houve um interesse maior de apoio em relação ao Trem do Contestado”, comenta o prefeito de Três Barras Elói José Quege. Para o prefeito de Mafra Roberto Scholze essa é a forma da volta do Trem turístico. “Esse grupo de entusiastas caiu em debate em relação ao projeto, será criado uma diretoria especifica para administrar essa iniciativa”, conta. A história do trem e dos passageiros que passaram pelo Planalto Norte completa 102 anos, desde o ano de 1912. A ferrovia foi fundamental para o desenvolvimento dos municípios, utilizada para transporte de madeira e de passageiros. O trajeto de Três Barras a Marcílio Dias é de 12 km pela linha do Trem. Para a região será mais um atrativo turístico. “O objetivo é atender 10 mil pessoas ao ano, que irão se alimentar, comprar e passear pela cidade. O trem será a chave de tudo, mas agregar outras situações como passeio de cavalo, charrete e almoço, para que os turistas possam consumir em nosso município”, destaca Claudio Roberto Hoppe. Segundo o prefeito de Canoinhas Beto Faria esse projeto vai resgatar a cultura da nossa região. “É um investimento na área de turismo, além de resgatar e difundir a cultura da região. Objetivamos uma importante fonte de renda para a economia da região”, ressalta. O projeto está sendo desenvolvido há cinco anos, e junto com a viabilidade econômica, foi feito um estudo para poder agregar mais serviços, podendo assim gerar empregos e melhorar a economia da região. “O foco é fazer com que o Planalto Norte não fique esquecido e o trem seja utilizado como atrativo turístico da região”, explica Claudio Roberto Hoppe.
Textos: Pollyana Martins do Jornal O Planalto.
Fotos: Fátima Santos


Funcionários da ALL fazendo a manutenção da linha.



 
Prefeito de Três Barras, Elói José Quege na estação .
 
Pedro Cavalheiro Bueno, operador do auto-de-linha.

    Há cinco anos Pedro Adão Cavalheiro Bueno de 57 anos, trabalha na ALL (America Latina Logística). Ele é técnico de operações, é responsável pela limpeza e conservação na linha. Ele e mais seis pessoas fazem um trecho de 240 km de Mafra a Porto União. O auto de linha (automóvel que trafega na linha do trem) é utilizado para essa operação de limpeza e conservação. O veículo é a diesel e faz em média 10 km por litro. O auto de linha que está sendo utilizado foi reformado recentemente, em Curitiba.  O Sr. Pedro nos conta que na enchente de 1983, ele estava em Engenheiro Melo, no trecho que Paula Freitas que seguia para Irati. Nesse trecho ficou 21 anos como supervisor. Trabalhando nas linhas por Santa Catarina, ele já viu muitos animais silvestres que habitam nesses locais. “A gente vê muitos animais como viado, jacu e cobra que geralmente fica na cabeceira das pontes”, relata. Na época que o trem ainda funcionava Sr. Pedro nos conta que havia muitos andarilhos pela linha do trem. “Tinha muita gente que vivia andando por ai, e sempre foi proibido circular pela linha. Hoje em alguns pontos é possível ver alguns crucifixos pela margem do trilho”, comenta. Seu Pedro esteve esta semana em Marcílio, com alguns funcionários, fazendo a limpeza e a troca de dormentes dos trilhos.

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