sexta-feira, 23 de maio de 2014

O tocador de piston de ouro

                  Virgilio Metzger

   
      Desde 1965 Sr. Virgilio Metzger começou a tocar na banda Wiegando Olsen. Com 75 anos e aposentado, era motorista, porém começou a trabalhar desde cedo na Olaria. Com 48 anos de idade já havia se aposentado, pois tinha mais de 28 anos de carteira como motorista. Em 1994 trabalhou de motorista para trazer caminhões de São Paulo, em 16 anos fez 1500 viagens. “Eu viajava de ônibus até São Paulo e voltava de caminhão, essa época já estava aposentado, mas nunca parei de trabalhar”, conta. Nos anos 30 e 40 existia a Banda Artner, e o Alexandre Thomas ganhou alguns instrumentos para a Banda que se chamava Wiegando Olsen e foi fundada em 1965. “Os instrumentos que ganhamos estavam velhos, mas conseguimos mesmo assim montar nosso grupo”, diz. O primeiro maestro foi Artz Bollmann, que iniciou junto com a Banda em 1965. O gosto pela música veio do Avô que tocava Pistão, mas não tinha paciência de ensinar os filhos. “Nenhum filho apreendeu e eu adoro tocar Pistão”, afirma. Segundo Metzger, seu Pedro Raitz foi o segundo maestro da banda e quem conseguiu patrocínio pela empresa Wiegando Olsen, por isso o nome da Banda ficou o mesmo da firma. “A empresa que nos patrocinava nessa época, nos deixava ensaiar no salão Wiegando Olsen" lembra. Depois o maestro faleceu em um acidente, sendo uma perda muito grande para os músicos. Sr. Virgilio buscou um maestro que era de Rio Negrinho para fazer parte do grupo, ele tinha alguns amigos na Alemanha e sempre recebia alguns sucessos de lá. “A gente tocava aquele repertório que era mandado de fora. As pessoas gostavam dessas músicas”, relata. A Banda Wiegando Olsen acabou em 1984, porque a empresa não estava mais patrocinando o grupo, então surgiu o Pistão de Ouro, o mesmo grupo, mas com outro nome. “Os ensaios começaram a ser na minha casa, eu comecei a exercer a função de maestro, não paramos mais de tocar”, risos. Eles tocam em casamentos, festas de aniversário, na Fesmate, já tocaram nas feijoadas que a Apoca promovia (onde tocava para ajudar no evento- sem cachê) entre outros. Atualmente os ensaios mudaram para casa do Sr. Ari que também faz parte do grupo. Ele aprecia todo tipo de música, começou tocando Sax e depois se apaixonou pelo Pistão. Há quatro anos comprou um instrumento melhor dos Estados Unidos, para ele esses instrumentos bons é muito caro. Dos filhos somente os dois homens sabem tocar algum instrumento, mas não seguiram a carreira artística do pai. Um dos netos está apreendendo órgão. “Nesse planeta todo mundo canta, os animais, os passarinhos. Todo mundo tem que gostar de música. Quando a pessoa está doente a música consegue acalmá-la. Sem a música não podemos viver, quando a gente faz o que gosta e com amor, tudo dá certo”, conclui.     
     Francisco de Assis Vitovski faz um depoimento emocionado sobre a história da Banda. “A Banda Wiegando Olsen, se ativa estivesse, estaria completando 49 anos. Foi em 1965 que o Wiegando comprou os instrumentos em Curitiba, não sei se de uma banda falida lá, ou leilão de uma banda militar, todos muito velhos e sujos e mandou para Marcílio Dias. Esses instrumentos foram todos para a casa do Sr. Alexandre Tomaz da Silva (em uma pequena casa que ele tinha na frente da sua, no outro lado da rua), onde eu e ele todas as noites limpamos e lubrificamos os instrumentos. Os metais ele limpava com ácido de bateria que trouxera da Firma Olsen. Depois foi feito uma reunião no salão do Metzger e iniciada a banda, onde eu tocava clarinete. No instrumental da banda não tinha clarinete e eu usava o meu particular. No decorrer dos ensaios passei a tocar um saxofone, este sim, da banda. Seguíamos na carroceria de um caminhão da firma Olsen e o retorno, de madrugada, era muito frio. Meia-noite a banda dava um intervalo de meia hora para descanso, na verdade para reiniciar o repertório, que era muito pequeno. Mas eu, nesse intervalo, ficava tocando sax sozinho e muitas pessoas dançavam”, relata.
Texto de Pollyana Martins.
 
                          Conjunto Piston de Ouro, atualmente é composto por:
Sergio de Carvalho - Vocal
José Ary R. Carvalho - acordeon
Virgilio Cesar Metzger - trombone
Cláudio Metzger - sax
Wilian R. de Carvalho - Guitarra
Érico Hinke - Baixo
Edinei Hort - bateria
Virgilio Metzger - piston
Felipe Soares - bateria
Ovande Rodrigues - teclado
Elton - técnico de som
 
Seu Virgilio e o pistão que comprou nos Estados Unidos. Ele sempre
usa luvas para tocá-lo. Assim o instrumento fica protegido.
 
Velho caderno de música. Fotos atuais: Fátima Santos

Livros que adquiria para tocar as músicas da época.

Carteira de músico. Na época da Banda Wiegando Olsen era obrigado ter.
Havia fiscais que iam nos bailes e festas fiscalizar. 



 



1967



Não temos as datas das fotos.
 
                              Cartazes do Conjunto Piston de Ouro:






 
 
 

2 comentários:

  1. super legal!!!! parabéns ao grupo Piston de Ouro e a minha amiga Fátima Santos!!!! adorei

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    1. Temos sempre que valorizar nossa gente, nossa cultura, nossa terra e, você professora e artista Carolina Carvalho, é nossa grande colega nesta batalha. Abraços e obrigada pelos elogios!

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