terça-feira, 28 de maio de 2019

Ministro anuncia recursos para recuperar Estação Ferroviária de Marcílio Dias


   Ministro da Cidadania, Osmar Terra, fez o anúncio em Florianópolis na semana passada

    O ministro da Cidadania, Osmar Terra, esteve em Florianópolis no sábado, 25, para entregar as obras de recuperação do Museu Victor Meirelles. Durante o evento, ele anunciou a liberação de R$ 21 milhões para recuperar outros cinco patrimônios históricos catarinenses. As obras de restauração contemplam o Forte de Santana do Estreito; Forte de São José da Ponta Grossa; Forte de Santo Antônio de Ratones; o Museu Nacional da Imigração (em Joinville); e a Estação Ferroviária de Canoinhas, situada no distrito de Marcílio Dias.

O dinheiro virá do Fundo de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça, para projetos de preservação do Patrimônio Cultural no Estado de Santa Catarina. Segundo a assessoria do Ministério, ainda não se sabe quanto do valor total de R$ 21 milhões virá para Canoinhas, mas o dinheiro deve contemplar a recuperação total dos dois prédios que compõem a estação, abandonada há anos.

 A estação ferroviária de Marcílio Dias está sob responsabilidade do Município desde maio de 2015. O termo de cessão de uso foi assinado e encaminhado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). “A estação ferroviária de Marcílio Dias é nossa, depende do nosso zelo. Isso vai estimular o turismo e o projeto do Trem do Contestado”, disse Beto Faria (MDB), então prefeito à época.

 Desde então, no entanto, nada foi feito pela preservação do patrimônio.



 A vila de Marcílio Dias, onde está a estação, era uma espécie de segundo centro de Canoinhas. Onde hoje está situada a prefeitura, havia o ponto final de um ramal ferroviário.
Nos fins de semana, era comum jovens embarcarem no ramal com destino a Marcílio Dias com o único objetivo de checar quem chegava de viagem. Ao lado da estação, havia um hotel e um restaurante.
 Das viagens de carga e de pessoas, feitas intensamente até metade do século 20, o movimento foi reduzindo até que em 5 de novembro de 1966, aconteceu a última viagem do trenzinho, conhecido como Caxias, nessa fase transportando somente pessoas. O encerramento dos trabalhos foi acompanhado de protestos da população. O deputado Aroldo Carneiro de Carvalho chegou a publicar no jornal Correio do Norte um manifesto pela continuidade do serviço. “O nosso Caxias está ameaçado de desaparecimento.” O apelido vinha do fato de que o representante do ministro de Viação e Obras Públicas, Victor Konder, ao inaugurar o ramal ferroviário em 1930, prometeu estendê-lo até Caxias do Sul (RS), o que nunca aconteceu.
“Custa-me acreditar que o ramal seja deficitário. Se é tão pequeno o trecho e se os funcionários são poucos; se é muita e paga bom frete a madeira que se embarca em Canoinhas, se também o mate deixa boa renda por arroba carregada, como falar-se em prejuízo mensal?”, questionou.
O apelo de Carvalho não foi suficiente. Pior, o ramal foi desativado sem, em contrapartida, o município ganhar uma rodovia, o que de fato só aconteceria em 1977, com a BR-280, ligando Canoinhas a Mafra.
Tempos depois de desativada, a ferrovia foi privatizada.
A América Latina Logística (ALL, hoje Rumo) deveria zelar e reativar o trecho de Mafra a Porto União. O que ocorreu foi bem o contrário. A estrada foi sucatada e abandonada. Em 2011, o governo deu prazo para que a então ALL apresentasse um plano de investimentos no trecho, o que até hoje não aconteceu.


Escrito pelo jornalista Edinei Wassoaski e publicado no Portal JMais.

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