A erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil) tem sua
ocorrência natural restrita a quatro países: Brasil, Paraguai, Uruguai e
Argentina. No Brasil está dispersa pelos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e uma pequena parte do Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A
erva-mate é nativa em uma área 450 000 m2, o que equivale a 5% do território
nacional.
Os padres Jesuítas espanhóis ao reunirem os índios nas
missões, tentaram suprimir a erva-mate da dieta diária, chamando-a de erva do
diabo. Como os índios recusaram abandonar o hábito de consumir erva-mate, os
padres resolveram controlar a sua produção e aperfeiçoaram as técnicas de
plantio e de preparação. Por longos anos os padres controlaram a produção e o
comércio do mate.
Com a expulsão dos Padres Jesuítas da América, o
comércio da erva-mate passou a ser controlado pelo Paraguai. O monopólio paraguaio e a política de preços
altos desagradou os argentinos que produziam pouca erva, mas eram grandes
consumidores, e dependiam da importação do produto. Um grande empresário
argentino, Alzagaray, no ano de 1810 instalou em Morretes no Paraná, um engenho
para fabricação da erva-mate no modo paraguaio, para exportação. Em poucos anos
o Paraná se tornou o maior exportador de erva-mate do Brasil. No ano de 1853,
ano da criação da província, o Paraná contava com 90 engenhos. Grande parte da
erva usada como matéria prima pelo Paraná, era extraída de Santa Catarina, ao
sul do rio negro, pelos rios Canoinhas, Paciência, Timbó e Negro e Iguaçu.
Santa Catarina somente participou da riqueza do mate a
partir da abertura da Estrada Dona Francisca, ligando Joinville a Rio Negro e
com a colonização de São Bento em 1873. Em
Joinville foi fundada a Cia. Industrial Catarinense, que se tornou a maior
fábrica de erva-mate de Santa Catarina e instalou filiais em São Bento e Rio
Negro.
A abundância de ervais nativos em Canoinhas atraiu
muitos aventureiros em busca do ouro verde, entre eles Francisco de Paula
Pereira e o descendente de noruegueses Bernardo Olsen.
A excepcional localização de Canoinhas, com suas vias
de comunicação fluvial, a estrada de ferro, a grande serraria Lumber em Três
Barras, a terra fértil para agricultura e ricos ervais, atraiu grande
quantidade de imigrantes, colonos, comerciantes e artesões.
Terminada a guerra do Contestado em 1916 e com a
tomada de posse por Santa Catarina do território ao sul do rio Negro e Iguaçu,
o coronel Bernardo Olsen abriu uma colônia agrícola para colonos teuto-brasileiros.
Para isso adquiriu uma área de 790 alqueires, onde está localizada a estação
ferroviária e confinando com as terras da Câmara de Canoinhas. Estava fundada a
Colônia São Bernardo, centro produtor de produtos agrícolas para subsistência e
exportação. Além do comércio de lotes coloniais o casal Bernardo e Maria Olsen
se dedicava ao comércio da erva-mate.
Ervais como o da foto encontrava-se em toda a região do planalto
de Santa Catarina, com grandes concentrações às margens do rios Canoinhas,
Paciência, Negro e Iguaçu.
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