domingo, 27 de agosto de 2017

Duplo Mergulho no Passado - Por Adaír Dittrich


Passaram-se décadas sem que dela eu tivesse notícia.

            Dela, a pequena Ana Maria Barcelos, hoje Ana Maria Bertoni, casada com o italiano Danielle, o amigo que agora conheci.

            Ana Maria é filha de uma grande pessoa de cuja amizade desfrutei por longos anos. Desde os tempos de estudantes, quando, no mesmo pensionato de freiras, em Curitiba, morávamos.

            Dirvahyr Soares da Cruz era o nome de minha amiga e colega que Pós Graduada em Ginecologia e Obstetrícia e depois Especialista em Citologia do Aparelho Genital teve uma carreira brilhante no Rio de Janeiro.

            Diva, como a chamávamos, precocemente nos deixou e deixou só sua menina Ana Maria.

            Desde então eu nunca mais a vira. Sem no entanto, daquele tempo jamais nos esquecermos. Ana Maria achou-me aqui. Porque em Marcílio Dias ela já estivera com a mãe dela, quando minha mãe Dona Nena ainda vivia.

            Ela quis rever a nossa vila onde passou dias felizes.

            Para o mergulho no passado, embarcamos num carro presente.

            Karin Aline, minha sobrinha, filha de meu mano Aldo Pedro, foi quem a todos os cantos nos levou nesta tarde de encantamento.

            E, na plataforma da estação, sempre a postos para registrar todos os momentos a nossa Fotógrafa Fátima Neizer Santos, que leva ao mundo as imagens de nossa vila.

            E numa tarde de alegrias revendo os frangalhos que restam do que fora o imponente restaurante da Estação de Marcílio Dias, choramos.

            Ao marido italiano de nossa menina apresentei o que os conterrâneos dele, meus Nonnos Pedro e Thereza Gobbi, construíram há mais de um século.

            Depois foi a vez de fazermos uma visita ao Velho Salão Metzger, o Bar do Coringa. E mais um mergulho no passado ao contar para eles dos bailes e teatros que naquele local eram realizados.

            Sim, pessoas que de longe chegam, que nasceram em outros países querem saber de nossa história, querem ver o que ainda resta de um tempo em que, no meio do sertão, finas iguarias eram servidas em um restaurante à beira dos trilhos de ferro e onde o café era servido em xícaras de porcelana chinesa.

            Sim, meus amigos retornam hoje ao Rio de Janeiro, maravilhados com as coisas de nossa vila.

Em frente ao Bar do Coringa.
Interior do Bar do Coringa.




Com o Coringa no interior do salão.
Médica e escritora Adaír Dittrich com Viegando Metzger, o Coringa.

Visitantes na plataforma da estação

Ao fundo, antigo restaurante da estação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário