quarta-feira, 5 de julho de 2023

Lembranças do Prof. Antonio Dias Mafra

       Este texto é parte das memória do Professor Antonio Dias Mafra. Ele descreve a despedida de Marcílio Dias para ir estudar como interno no Colégio São Bento dos Irmãos Maristas.

 "A minha ida para o Juvenato Marista em São Bento do Sul: Os Irmãos Maristas proprietários do Ginásio Santa Cruz, precisavam renovar seu quadro de mestres religiosos, para ampliar a sua área de atuação e investiram em centros de formação, os Juvenatos. Assim analisaram os currículos dos seus alunos do Ginásio. Ao analisaram o meu currículo, se interessaram e me convidaram para ser Irmão Marista. Para isso deveria ficar por no mínimo dois anos como, interno em São Bento do Sul. As promessas eram muito boas, aceitaram a minha bolsa de estudos, receberia pernoite, roupa lavada e estudos dirigidos. Depois de concluir o Ginásio em São Bento do Sul, deveria complementar os estudos no Rio Grande do Sul, ou em Florianópolis onde estavam construindo uma casa deformação e no futuro poderia cursar uma faculdade e teria chance fazer curso de aperfeiçoamento na França, na casa sede da Congregação. Era tudo o que eu queria ouvir. Nessa mesma época foi feito uma pesquisa com outros alunos onde os preferidos eram os de Marcilio Dias, que como colônia alemã, e era de interesse da congregação, em ter em seus quadros descendentes de italianos e alemães. Para convencer o Sr. Piermann a me deixar ir para São Bento, foram necessárias varias visitas dos Irmãos Maristas. Por fim eles o convenceram e assim, em final do ano de 1965 recebi uma carta com uma lista de roupas para ser providenciada e foi marcado o dia 26 de janeiro de 1966 para o embarque. Foi uma correria para preparar o enxoval. Camisas, calças, calções, camisetas, blusas, tolhas de rosto, toalhas de banho, meias, lenços, lençóis, fronhas e uma colcha para cobrir a cama. Tudo deveria ser identificado com o número 86, meu número código no internato. Lembro que fui com a Dona Elsa Piermann às Casas Pernambucanas e comprei tudo o que necessitava, quase acabei com a minha reserva de dinheiro da venda da espingarda e a bicicleta e porcos. Comprei sapatos novos, chinelo e tênis conga. A dona Elsa emprestou uma grande mala que em pouco tempo estava cheia, sendo necessário mais uma sacola. 

 Adeus Marcílio Dias

     No dia marcado nos encontramos na Estação de Marcilio Dias para comprar as passagens para Serra Alta, no Município de São Bento do Sul. Recordo que a Dona Regina Aguiar nos ofereceu um café de despedida em sua residência na Estação. Eu fui acompanhado para o internato, de Antonio e Miguel Aguiar, Milton Froehner e Herberth Gonchorowsky. Na hora certa, às 10 horas o trem de passageiros estacionou na plataforma e de imediato levamos para o vagão de passageiro de segunda classe, as nossas bagagens. Como Marcilio Dias era ponto de almoço tivemos que esperar os passageiros almoçarem e em seguida foi dado o sinal de atenção. Logo após o agente de Estação Sr. Mario Aguiar autorizou a parada do trem levando os meninos de Marcilio Dias, entre eles dois de seus filhos. O trem fez o percurso sem nenhum problema e próximo das 17:00 horas chegamos à Estação de Serra Alta onde desembarcamos. Embarcamos em seguida num ônibus que nos levou até o centro de São Bento do Sul, em frente a Igreja Católica. Subimos o morro da igreja e nos deparamos com um grande prédio do Ginásio São Bento. Fomos recebidos na portaria do Ginásio pelos Irmãos Maristas e fomos encaminhados para o alojamento com cama e o armário para guardar as coisas. Deixamos o material e fomos convidados para o lanche da tarde, café com pão e margarina. Como a fome era grande, o café estava ótimo. Como a maioria dos internos estava chegando naquele dia, fomos todos dormir mais cedo para no dia seguinte receber as normas de convivência no internato."
Prof. Antonio Dias Mafra



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