quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Uma vida transformando outra vida

        Quando Nezio achou que estava tudo perdido e que a vida dele dependia de outra, ele não contava com a palavra amor e doação. Por causa da doação de órgãos ele conseguiu receber um transplante.
Em 2011 Nezio Fosgrau descobriu que tinha problemas renais, a princípio sentia falta de ar. A noite não conseguia respirar, tinha que dormir sentado. O médico havia dito que era um problema no coração, e ele estava fazendo o tratamento para esse fim. Nezio trabalhava em uma floricultura, e um dia não estava bem, foi consultar com outro especialista, pois seu médico estava viajando. Na ocasião, o outro cardiologista pediu mais exames, e foi constatado que o problema que ele tinha era renal, e que o coração estava dilatado decorrente da doença. Ficou internado por dois dias, onde foi transferido para Mafra que possui uma filial da Pró-Rim. Foi feita uma cirurgia para a colocação do cateter no mesmo dia, para que ele pudesse começar com a hemodiálise. Durante dez meses, três vezes por semana, ele tinha que sair às duas horas da madrugada para fazer hemodiálise e voltava perto das treze horas . “Tinha que ficar sentado por quatro horas. A sensação é como se eu tivesse doando sangue. Dava-me enjôo e tontura. Muitas vezes tinha que sair de cadeira de rodas da sala, pois me sentia muito mal”, relembra. A máquina de hemodiálise é fundamental no tratamento dos pacientes que perderam as funções renais. Ela substitui os rins na filtragem do sangue. Graças a esta máquina, os pacientes são mantidos vivos e com qualidade de vida. A Pró-Rim, que é pioneira na hemodiálise e nos transplantes renais em SC, faz por ano 150 mil sessões de diálise. Depois de vários exames Nezio entrou para fila de transplantes, na esperança de que aquela situação  pudesse ser revertida e ele então, poderia ter uma vida quase normal. Em sete de maio de 2012 uma ligação mudou a sua vida dele. Há mais de nove meses na fila de um transplante, o dia tinha finalmente chegou. O hospital São José de Joinville havia ligado as 8h00min da manhã e pedido para que ele estivesse lá até o inicio da tarde para que fosse realizado o transplante. “Fiquei em estado de choque, liguei para minha irmã que mora no Matão para ver se ela poderia ir comigo. Liguei para a prefeitura no setor de transportes, e eles me disseram que iria uma ambulância para Florianópolis e que poderiam me dar carona. Nos arrumamos e partimos”, diz
.Ao chegar ao Hospital, ele foi internado e a noite realizou o procedimento. Foram quase nove horas de cirurgia. “Eu fiquei sabendo que a doação era de uma mulher que havia falecido, mas tudo é muito sigiloso, eles não dão detalhes”, conta.
Ao sair do Hospital mais uma batalha, a da recuperação. Ele não poderia carregar peso, teria que usar máscara por seis meses, não poderia dirigir por um tempo, tomar mais de 20 comprimidos por dia, além disso, torcer para que não houvesse a rejeição. Após o transplante de um órgão, o organismo do receptor pode desencadear uma reação imunitária contra os elementos dos tecidos provenientes do doador, podendo provocar a destruição do tecido implantado. No caso de Nezio, o transplante foi um sucesso. Durante dois meses toda a semana ele fazia o acompanhamento Pós Transplante na Pró-Rim em Joinville.
Depois de quase quatro anos ele comemora o resultado, tomando a medicação, pode levar uma vida quase normal. A cada dois meses faz o acompanhamento em Joinville, onde realiza uma bateria de exames. Toma 19 comprimidos por dia. “Tomo a medicação e levo uma vida normal. Qualquer coisa é ainda melhor do que a hemodiálise. Foi Deus que conseguiu com que o transplante fosse realizado e desse certo”, finaliza. 

DOAÇÃO DE CÓRNEAS

Em 2014 o Hospital Santa Cruz (HSC), ficou em 3º Lugar no Estado de SC no Ranking de Captações de córneas do ano de  2014, dentre 13 Hospitais credenciados em captação de córneas. “Apesar de termos começado este
bonito trabalho em maio de 2014, onde se iniciou a campanha a favor da doação de órgãos e tecidos,  oportunizando  todos os familiares a realizarem a doação de órgãos ou tecido do seu ente querido. “Juntamente com o Enfermeiro Ricardo, fazemos parte da CIHDOTT- Comissão Intra-Hospitalar de Doação de órgãos e tecidos para transplante, tendo como foco principal prestar assistência humanizada aos familiares nesse momento tão delicado”, explica a Enfermeira Karin Adur.
Para conhecimento da população há uma lei, de nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997
 que Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, a qual nos respalda e
nos motiva a realizar este trabalho grandioso. “Atualmente no estado de SC, infelizmente  possuímos muitos pacientes na fila de espera por um transplante, dados fornecidos pela SC transplantes, CNCDO (Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos), referente ao ano 2014, expôs que no mês de dezembro haviam 353 pacientes a espera de um transplante de córnea, 361 pacientes a espera de um rim, 55 a espera de medula óssea, 48 na espera de um fígado, entre outros órgãos e tecidos também expostos no site, um número relevante comparado ao índice de mortalidade de nosso estado”, salienta Adur.
A CIHDOTT tem como função conscientizar a todos sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, e realizar informações, bem como esclarecer dúvidas sobre o assunto abordado.
possuem dúvida em relação à aparência de seu familiar, porém convém ressaltar que NÃO altera a fisionomia do paciente, a mesma permanecerá intacta e com este ato de amor ao próximo o paciente estará oportunizando 4 pessoas a voltar enxergar. A autorização para doação deverá ser realizEm relação a doação de córneas, este procedimento é realizado pelos enfermeiros da CIHDOTT, Karin Adur e Ricardo Gaieviski os quais realizaram aperfeiçoamento na área, a retirada das córneas (enucleação) é realizada no HSCC após a autorização familiar, a captação da córnea é gratuita. “Muitas pessoas ada pelos familiares de 1º grau: pai, mãe e filhos, familiares de 2º
grau: avós e irmãos, cônjuge, união estável comprovada e curador comprovado”, diz Karin.
A córnea é uma película transparente localizada na parte anterior do olho, se houver perda de sua integridade, ela pode se tornar embaçada, trazendo dificuldade na visão, podendo levar a perda da mesma, para entender melhor, imagine um relógio quando você molha ele embaça o vidro, mesmo que sua máquina esteja boa, será difícil verificar as horas, assim é a córnea, caso ela esteja “embaçada”, mesmo que o resto do olho esteja sadio, a visão vai ficar ruim, prejudicada, somente com a troca da córnea doente por uma sadia e transparente poderá reestabelecer a qualidade da visão
No Brasil há cerca de 30 mil pessoas a espera de uma córnea, algumas pessoas já estão praticamente cegas e após a cirurgia poderão voltar a enxergar novamente.
O importante é que essas iniciativas estão ajudando a diminuir a fila de transplantes no estado e salvando vidas. A pessoa que quer ser doadora deve comunicar a família desse desejo, e deixar claro que depois de sua morte os órgãos poderão ser doados, pois somente a família pode autorizar o procedimento.

Nezio, morador de Marcílio Dias.
 Escrito pela jornalista Pollyana Martins.
 

 

 
 

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