terça-feira, 3 de junho de 2014

Adaír Dittrich, filha ilustre de Marcílio Dias

       Adaír nasceu em 14 de fevereiro de 1934 em Marcílio Dias.
 Seus pais Adolpho e Petronilla Rosina Castagna Dittrich, moraram durante muitos anos na Estação Ferroviária onde ela nasceu. Adolpho era Agente da estação. Adaír cresceu correndo e brincando nos trilhos do trem e na plataforma da estação. Sua mãe servia refeições no restaurante.
    Ela estudou na escola de Marcílio até o 3º ano e depois foi para o Colégio Sagrado Coração de Jesus de 1944 a 1949, já que em Marcílio Dias não tinha mais séries. Naquela época o sistema era de internato, e ficava-se o mês inteiro lá. As alunas internas participavam da missa todos os dias, assistiam de uniforme. No domingo era um uniforme especial, de gala. “O principal motivo de minha estadia como interna no Sagrado era à distância de minha casa. Não havia condução. O único meio de locomoção era o trem misto que fazia a rota Marcílio Dias - Canoinhas e vice-versa duas vezes por dia, cujos horários não combinavam com os das aulas. Minhas irmãs mais velhas já haviam estudado no Colégio, como internas, também, havendo ambas concluído a Escola Normal e foram professoras por muitos anos em Marcílio Dias e em Canoinhas. São elas Aline Dittrich Scholze (já falecida) e Avany Dittrich Jürgensen (já falecida) que também foi diretora da Escola Professor Manoel da Silva Quadros”, conta. A rotina no internato era cheia de coisas a fazer. As internas eram separadas por idade. No dormitório não havia água canalizada e todas as tardes as alunas levavam um jarro com água para a higiene da manhã. “Ao lado da cama estava à mesinha de cabeceira com os respectivos ingredientes e instrumentos para este “affair”. Acordávamos às 5:30 horas de manhã. Levantava-se e arrumava-se no chamado silêncio grave, indo a seguir para a capela, aguardando a Santa Missa e fazendo as orações da manhã. Depois da missa, o café da manhã, no refeitório. Ao seu término, rumava-se ao dormitório, para arrumar a cama e aguardar o início das aulas na sala de estudos, onde se faziam as últimas tentativas de levar a lição sabida e pronta.Só no intervalo das aulas às 10 horas, quando tínhamos o recreio é que oficialmente poder-se-ia abrir a boca, embora desde o final do café o silêncio já não fosse tão grave. O almoço era servido ao meio dia e, após outro bom recreio até às 13 horas, quando íamos para a sala de estudos, onde se ficava até às 17 horas, com um intervalo e lanche no meio da tarde. Às 17 horas era servida a janta e depois um grande e maravilhoso recreio até às 19 horas.Neste recreio íamos para os jardins, para o pátio de esportes, para a cancha de vôlei onde eram disputados os grandes torneios e revelavam-se os talentos do esporte. Às 19 horas começava o silêncio grave. Até às 19:30 ficava-se na sala de estudos, fazia-se a oração da noite, dava-se boa noite, com pedido de bênção (beija-mão) para a Irmã encarregada naquele turno, que poderia ser Irmã Maristella ou Felícitas. Outra parte interessante era o rodízio das internas nos serviços gerais do Colégio.Tínhamos tarefas de limpeza da sala de estudos (era a pior para se limpar-imaginem!), da sala de pintura, de música, dormitórios, corredores, ajudar a lavar a louça das refeições entre outros”, relembra.
    Dona Petronilla, conhecida como dona Nena, queria que a Adaír fizesse faculdade de farmácia, achava medicina muito trabalhosa, já a filha sonhava em ser jornalista ou advogada. “Eu não sei por que decidi fazer medicina, minha mãe não queria que eu fizesse”, risos. Quando estava cursando o primeiro científico em Joinville já decidira ser médica. Terminou o segundo e terceiro ano Científico em Curitiba. Em 1953, naquele tempo os rapazes assistiam às aulas de terno e gravata. Iniciou o curso de medicina numa turma de 122 alunos, sendo que 17 eram mulheres. Formou-se médica em 1958, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Foi à primeira médica Anestesiologista em Canoinhas e a primeira de Santa Catarina. Ela também é Médica Acupunturista desde 1998 e de Especialista em Acupuntura desde 2000. Houve um tempo que Adaír era a única médica Anestesista de Canoinhas e trabalhava direto, acabava dormindo em macas entre uma cirurgia outra.
Atualmente a Dra. continua se dedicando a medicina, mas pode também fazer o que sempre gostou: ouvir música, ver filmes, ler bons livros. Para ela música não pode faltar em sua casa. "Gosto de música desde que tenha melodia e uma bela interpretação: clássica, new age, MPB (da boa e velha MPB), e o que vier de música melodiosa, calibrada. Gosto de balé, preferencialmente clássico; e também de teatro e cinema: claro cinema; não consigo ver-me sem assistir bons policiais, westerns, e histórias "cabeça". Gosto e tenho por hobby escrever: qualquer coisa, escrever, escrever, escrever; já fui Jornalista Profissional, em Curitiba, quando estudante (fazia até coluna social). E em Canoinhas escrevi para vários jornais: ah! Fui diretora do Jornal Barriga Verde. Agora tenho uma coluna no Jornal Virtual JMais”, comenta. Durante certo tempo ela foi Dirigente da UNIMED de Canoinhas e fez parte do Conselho Fiscal de Administração da UNICRED, que é a Cooperativa de Crédito Mútuo dos Médicos e demais Profissionais da Saúde do Planalto Norte. Acadêmica fundadora e membro da Diretoria da Academia de Letras do Brasil/SC-Canoinhas, Academia esta fundada em 02 de maio de 2014.
Adaír tem como filosofia de vida, gostar do que se faz. "Ter certeza absoluta e científica de que somos parte de um todo chamado Universo e que nossas partículas eletromagnéticas, nosso campo eletromagnético perpertuar-se-á. Não importa que nome se dê a esta continuação, ela existe de fato” diz. Para ela é importante que cuidemos de nossa mente e espírito, mas sem descuidar de nosso corpo físico, pois ambos são um só e não caminham separados: são indivisíveis. "Tentar deixar o máximo de partículas eletromagnéticas boas e espalhá-las pelo Universo, é o resumo do que eu penso" conclui Adaír.
    Esta é a Adaír Dittrich que, nasceu e morou em Marcílio, hoje residindo em Canoinhas, mas que continua apaixonada por nosso distrito.
 Texto: Pollyana Martins e Fátima Santos
 
Adaír na segunda fileira atrás da quarta menina que está sentada sobre si mesma
 ou semi-ajoelhada;  de tranças...ano 1945

Turma do primeiro ano da Escola Normal Sagrado Coração de Jesus.
Ano de1949. Fila de cima: Amália ,Adair, Orly Matilde Fleith Bora, Lia
 ( era de General Osório), Carmen Friedrich Voigt.


Fila da frente: Vitoria Pillatti,Eicil Diori Camilo, Elona Ballock Fuck,
Terereza Kimak e Nelide Andrade Fiqueiredo.

 

Recebendo o Diploma e o Título de Médica das mãos
Diretor da Faculdade Professor Doutor Antenor Pamphilo dos Santos.

 Adaír com Seu Wiegando Olsen e sua esposa Dona Olguinha 
em um evento no Clube Curitibano, em 1958.
(Foto de amigo fotógrafo da Adaír, do Jornal "O Dia", de Curitiba, Wladislav Roni Voloski.
Só assinava Roni).

Entrando na Cerimônia de Abertura do Congresso Brasileiro de Anestesiologia
realizado em Belo Horizonte, MG. Da esq para Dir: Sérgio Jürgensen, Adaír, Sônia Martins,
ex- esposa do Sérgio, um amigo do Sérgio e Arcélia Jürgensen.
 Desfilando com capa e chapéu que acabara de ganhar de
minha irmã Avany.
Adair com Fernanda a filha do Sérgio, neta da dona Avany.
A Adaír disse que a mais nova da foto é ela.

Foto Thania Schiessl.
 

Com Arcélia Jurgensen no Cerimonial da Academia de Letras de Canoinhas.

Imortais da Academia de Letras de Canoinhas.
Foto: Portal JMais.

 

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