Uma homenagem aos estudantes participantes do concurso literário da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas
Inspira-me nesta manhã ensolarada uma colcha de retalhos em poesia e prosa tecida.
Inspiram-me poemas, contos e crônicas entrelaçados entre sorrisos, penas e papéis.
Inspiram-me palavras mescladas, palavras a sintetizar o encanto encontrado em centenas de páginas de livros devorados com avidez. Porque só quem muito lê tem na memória a base estrutural para bem escrever.
Foi o que senti ao ler uma quase centena de textos literários dos estudantes das escolas de nossa região que participaram do 4º Concurso Literário Estudantil promovido pela Academia de Letras do Brasil – Canoinhas.
Em êxtase encontro-me desde o momento em que vi a apreensão em meio a sorrisos de felicidades daqueles adolescentes que abracei na Sessão Solene de Premiação por nossa academia de letras realizada.
Os textos e as poesias de todos os participantes são de excelente qualidade. O que demonstra o empenho de quem os conduz. Suas mães, seus pais, seus professores e outras pessoas mais que incutem nos seus o carinho e o amor pelas letras.
Convencionou-se premiar sempre os três primeiros colocados em cada categoria. Foram décimos em uma pontuação de zero a dez a fazer o estreito limite.
Inspiram-me neste texto de hoje muitos poemas que li e degustei desde meados do mês de julho quando, às pencas, começaram a chagar aos arquivos de nossa Academia de Letras.
“O que eu quero para a minha vida!
Como meu pai quero ser trabalhador.
Como minha mãe quero ser acolhedor…”
Assim poetizou Cauã Ferreira de Souza.
“O que me inspira
é poder levantar todos os dias e respirar
encher os pulmões de ar e renovar…”.
Palavras da poesia de Bruno Antonovicz Ferreira.
“O que me inspira
é viver constantemente
com quem eu amo
de verdade”.
Assim Alexia Francieli Waltrim traduziu suas emoções.
“Em uma pequena cidade chamada Esperança havia uma linda floresta…”
Do conto de Rafaeli da Silveira Reinert.
“Era uma vez uma menina. Ela era muito admirada por todos por sua beleza”.
Primeiras palavras do conto de Gabrielly Wieczorkievicz Cavalheiro.
“Era uma vez uma linda moça chamada Alícia. Ela adorava estudar e sonhava com o grande amor de sua vida”.
Do conto “Alícia e o amor verdadeiro”, de Evelyn Juliana Borges Moreira,
[“Morar aqui inspira-me a nunca desistir” Assim dizia minha humilde bisavó Belarmina ao contar para a minha mãe sobre o que presenciou em nossas terras contestadas por volta do ano de 1914. ] Assim expressou-se Josieli Iarrocheski no início de seu conto.
“Nos versos que agora vou tecer
contarei o que me inspira a viver
um tempo repleto de encantamento
a chama que aquece meu pensamento.” Primeiros versos da poesia “Tudo O Que Me Encanta” de Maria Beatriz G. Sardá.
“Hoje eu conheci o sol da manhã
após uma breve troca de olhares
As bordas do seu sorriso
Alaranjaram, iluminaram
Os cantos escuros do meu quarto”, do poema “Paixão Alaranjada” de Sandrine H. G. Martins.
“O Que Pode Me Inspirar?
Como é Difícil Imaginar”,
Se eu parar e pensar
Nem saberei como expressar”. Primeiros versos da poesia de Maria Eduarda Alves Dos Santos.
“Há algum tempo na paradisíaca cidade do Rio de Janeiro residia uma rica família….”. Este é o início do instigante conto “Entre telas”, de Jéssica Langer.
“Era uma vez uma menina chamada Sofia. Ela morava em uma casa simples, mas com um quintal incrível…”. Do conto de Bianca Iarrocheski.
“Assim que nascemos nos espelhamos em nossos pais, ficamos curiosos com os sons estranhos que o mundo emana ao redor…” Palavras iniciais da crônica “Raízes Inspiradoras” de Vitor Gabriel Fantim.
“Inspira-me lembrar de minhas travessuras de infância, de quando eu fazia uma rodinha com meus amigos…”. Assim começa a crônica de Dyenifer Neiva Tadra de Andrade.
“A minha inspiração sempre foi meus pais, minha irmã e meus avós. Meu pai sempre diz para tratar as pessoas bem, ser educada e respeitar os mais velhos”. Da crônica “Minha Vida”. De Mariane Santana Chudzinski.
“Inspiração é movimento
É o éter da existência
Como eflúvios viscerais
É perceber que ela mora
Nas coisas mais triviais”, primeiros versos da poesia “Mora Aqui Dentro” de Yasmin Sudoski.
“Os riachos correm
E os peixes pulam
Os ventos vibram
E minha aparência muda. Do poema “Nossos Ciclos”, de Sophia Mokwa Nunes.
“Nos gestos suaves e delicados,
Nas palavras de carinho no ar,
A gentileza se revela e inspira,
E faz meu coração se encantar”. Da poesia “A Gentileza Que me Inspira” de Ana Clara Alexandre de Andrade.
“Era apenas mais uma madrugada de segunda tão comum quanto qualquer outra a não ser pelo fato de que eu estava acompanhado no topo de uma montanha com uma pessoa que havia conhecido há alguns dias”. Da crônica “A Aventura Do Saber”, de Lauren C. Alves Scultetus.
“Era mais um dia de cerração começando. A atmosfera pálida da manhã ia se preparando para ficar por tempo indeterminado. Estava tudo parado como sempre. ”. Do conto “A Jornada Pela Inspiração Perdida”, de Maria Rosa Randin e Oliveira Teles.
“Há muito tempo atrás, em uma pequena cidadezinha interiorana no norte de Santa Catarina viviam três grandes amigos Antônio, Pedro e João. ” Assim começa o conto “O Início Do Fim”, de Maria Eduarda Ferreira.
“Em uma pequena aldeia situada no coração da serra onde os habitantes viviam em harmonia com a natureza. No centro deste lugar existia uma moderna casa de madeira, lar de um misterioso estudioso”. Da crônica “A Ciência Desvendada. – Os Segredos De Um Cientista Solitário”, de Natã Forti Maximo.
“ — Lá vai você de novo, correndo em direção ao desconhecido.
— E você ainda está aqui, apenas observando, com cutela, cada passo que eu dou. ” Trecho da crônica “Lados Opostos De Um Mesmo Eu”, de Manuela Wojciechowski Mecabô.
“A inspiração é relativa, pergunte a uma criança o que a inspira, talvez ela nem saiba o que significa, talvez ela responda de forma surpreendente, ou talvez ela esteja pensando no quão chato você está sendo por interromper sua brincadeira”. Da crônica “Inspire-se – A Inspiração é relativa”, de Emily Gabrielli Reia.
Esta é a colcha de retalhos que aqueceu minhas noites nestas últimas semanas. Os poucos fios aqui tecidos demonstram a criatividade e a busca literária de alguns dos estudantes de nossa região.
O abraço meu a todos. Continuem em busca da inspiração perdida pelas montanhas e serras agrestes, pelas pequenas cidades e pelo imenso espaço que a imaginação de vocês certamente criará.
Escrito pela médica e escritora Adair Dittrich, presidente da Academia de Letras do Brasil - Canoinhas
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