Não
sei em que data teria sido construída a primeira parte de nossa casa de
Marcílio Dias. Foi levantada por meus Nonnos Pedro e Thereza Gobbi, talvez logo
que Hotel Gobbi tenha sido desativado o que aconteceu quando foi aberto, por
eles, o Restaurante da Estação.
Inicialmente a casa, parece-me,
teria sido quase uma meia-água. Contava com apenas três ou quatro peças. As
tábuas eram em sentido vertical, talvez até oriundas da demolição do hotel. A
fundação era em grossos troncos de madeira.
Mais tarde foi ampliada contando com
mais três peças na parte inferior e dois quartos no pavimento de cima que, por
analogia com a palavra sótão era chamado de sote.
Depois então, muito depois, com a
família aumentando e com a necessidade de um quarto a mais para as ajudantes de
Nonna Thereza e de minha mãe Nena no Restaurante foi anexado mais um pedaço que
seria a frente da casa, com mais uma sala e um quarto e a grande varanda que a
tudo contorna. E ainda três quartos no pavimento superior. Esta parte já tinha
uma concepção arquitetônica diferente com as tábuas mais estreitas, embutidas
umas às outras, em sentido horizontal.
E um dia o Nonno Pedro Gobbi
entendeu que precisava de mais um anexo. Na lateral direita, ligando-se com o
quarto que ele usava com Nonna Thereza, construiu mais um anexo com mais um
quarto, uma saleta e uma entrada independente com uma varanda. E claro com mais
uma escada de alvenaria.
O curioso neste anexo era o
banheiro. Havia uma grande banheira de alumínio com dois metros de comprimento,
um de largura e um de altura. Era inserida em uma espécie de porão. Fechando-se
a tampa do porão o que se via era apenas um quartinho com armários e espelhos.
Levantando-se a tampa lá estava a enorme banheira para a qual se descia por uma
escadinha. E a água para lá era levada com baldes cujo acesso era pela parte
inferior, pelo subsolo. Coisas de Nonno Gobbi. Ideias trazidas da Itália.
Nos fundos ficavam os ranchos onde
tudo se depositava, onde os porcos eram carneados e os salames, os cudiguins, as mantas de toicinho, as
latas de banha, o torresmo e os presuntos eram preparados. Onde a roupa era
lavada, fervida e alvejada.
E ainda havia chiqueiros,
galinheiros e um belo tanque de água corrente, com peixes ali a nadar.
Viajei no seu relato. Deu saudade de um passado que não vivi...
ResponderExcluirViajei no seu relato. Deu saudade de um passado que não vivi...
ResponderExcluirRealmente Manoel, a Dra Adaír sabe fazer a gente viajar no tempo. As cenas passam como um filme em nossa mente. Somos gratos por ela nos presentear com tão emocionantes relatos neste blog. braços!
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