Sexta-feira, 25, estreou o programa "Visitando a História" na rádio 98FM de Canoinhas. É um programa para divulgar nossa história regional.Por iniciativa do prof. Fernando Tokarski, Roselis Tokarski, Fátima Santos, administradora deste blog, Josmar Kashuk e Diego Gudas. O jornalista Joselito Beluk (Biluca) abriu o espaço e o programa ocorrerá a cada 15 dias (pode ser que haja alterações, em virtude de ser ainda o início).
Para o primeiro programa o assunto foi "A Navegação a Vapor nos rios Iguaçu, Negro e Afluentes" 😃
A navegação a vapor pelos Rios Iguaçu, Negro e seus afluentes
A navegação a vapor pelos Rios Iguaçu, Negro e seus afluentes foi uma importante atividade econômica desenvolvida entre os anos de 1882 e 1953. Por mais de 70 anos, dezenas de vapores (como eram conhecidos os barcos) singraram as águas que banham municípios que hoje compõem o Sul do Paraná e o Planalto Norte Catarinense. Tendo como via principal o rio Iguaçu, a navegação também se dava pelos rios Negro, Canoinhas, Potinga e Timbó.
Por meio dessa atividade, foi possível a conexão entre municípios que, em fins do século XIX, recém iniciavam sua colonização (Porto União/SC, União da Vitória/PR, Irineópolis/SC, Canoinhas/SC, Três Barras/SC, São Mateus do Sul/PR, Porto Amazonas/PR, entre outros) com os que já haviam se estabelecido no período, destacando-se: Rio Negro/PR e Palmeira/PR.
Inicialmente, a navegação objetivou o transporte de sal para as fazendas de criação de gado dos Campos de Palmas. O referido produto era uma necessidade para a dieta alimentar dos animais. O sal era transportado de Rio Negro ou de Palmeira até Porto União/União da Vitória. Daí, era transportado por terra até a região de Palmas.
Além do sal, a navegação também propiciou o escoamento dos principais produtos da região, destacando-se a erva-mate e a madeira, o que fomentou o incremento da ocupação do território e, consequentemente, a evolução da economia local. Diversos portos de embarque e desembarque de pessoas e mercadorias se estabeleceram às margens dos rios. O subir e descer dos vapores fazia parte da rotina da população ribeirinha.
No período, surgiram e se estabeleceram diversas atividades ligadas à navegação. Desde a coleta de lenha destinada a servir de combustível às embarcações até mão de obra especializada na construção naval. ‘’São Mateus do Sul/PR foi um dos municípios mais impactados pela navegação. Nesse local, havia diversos estaleiros para a construção e manutenção dos barcos. Além disso, uma agência da Marinha foi instalada no local para regular e fiscalizar a atividade fluvial.
Em Canoinhas, a atividade também deixou vestígios. Um dos mais importantes, possivelmente, está relacionado à primeira foto do município de que se tem notícia. A foto retrata diversas embarcações, dentre elas o vapor Cruzeiro, atracados no Porto de Canoinhas. O porto ficava nas proximidades da atual ponte que liga o Centro de Canoinhas ao distrito de São Cristóvão, no município de Três Barras. Isso permite concluir que, afora a importância econômica, a navegação fluvial foi um fenômeno relevante à própria origem e evolução do município, portanto, faz parte da identidade histórica de seus habitantes.
Autor: Diego Gudas. Doutorando do Programa de Doutorado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado, campus Canoinhas. Bolsista do programa Uniedu.
|
Joselito Beluk, Diego Gudas e Fátima Santos |
Áudio enviado por Fernando Tokarski ao Programa "Visitando a História".Foto: Barco a vapor Pery em São Mateus do Sul PR
Algumas imagens de barcos a vapor:
|
1ª lancha que navegava pelo rio Canoinhas (1987), conduziu os exploradores da viabilidade de instalação da Lumber. A embarcação era de propriedade do Sr Eustachio Moreira. Acervo: Fundação Cultural de Canoinhas |
|
Porto do rio Canoinhas. Carregamento de erva-mate pelo barco a vapor Paraná para Rio negro em 1925. Acervo: Fundação Cultural. |
|
Primeira foto de Canoinhas. Vapor Cruzeiro. |